terça-feira, 11 de outubro de 2011

Chove chuva: Margarida em Paris

Enfim, a chuva choveu. Meu jardim, agradece.

Podem reclamar à vontade pelo caos instalado na cidade, incluindo a falta de energia na chegada da noite. Mas a chuva, no momento, vale à pena, nem que seja só para sentir este cheirinho de infância e de juventude. Era assim nessa época: se tinha que chover, chovia no momento exato do final das aulas, na hora certa de voltar para casa à pé e sem sobrinha . Nessas condições, me entregava à chuva, sem medo, sem dó nem piedade. Eu voltava ao meu lar, curtindo a tempestade, as gotas e as gotinhas, uma a uma e me molhando inteira. Se tinha treino de natação, então, eu adorava! Ali na piscina do Minas Tênis, a água ficava quentinha, meu treinador sumia e eu sentia aquele prazer extra nos treinos desregrados.

Chegar em casa depois disto tudo era muito bom. Minha avó me aguardava com a sua tradicional gemada quente, que ela preparava aos montes, para a família inteira. Ao mesmo tempo, o fusível do relógio queimava. Cada um que chegava no lar depois de um dia exaustivo, se entregava a impotência sobre qualquer produção. Que delícia: nada a fazer, cheiro de chuva, família juntinha, velas acesas, gemada quente...O melhor dos mundos.

Hoje, na falta ( de energia, ou de qualquer outra coisa), fico feito uma boba, procurando assunto na internet. Por sorte ( ou azar, nem sei!), tenho um "no break" que sustenta meu "modem" e o meu MAC, que por sua vez possui uma carga de bateria gigante. Porém, considerando as cores, os cheiros e os sons da contingência que são consequência de uma boa tempestade, eu busco as lembranças daquele tempo e fujo dos emails e do FB.

Nessa situação, encontrei um video sobre uma loja em Paris, que faz as artesanias que a minha avó fazia e faria. Claro que com os belíssimos tecidos da Liberty (aqui e imagem abaixo), inacessíveis à ela, mas certamente com a mesma inspiração dela, só pode!. Vejam só.

http://www.marieclaireidees.com/,video-la-boutique-une-fee-dans-l-atelier,2610272,53995.asp



De uma forma ou de outra, mesmo sem ter uma gemada à mão, em meio a tal tempestade, constatei: Margarida está por aqui. Ali, no vídeo, rodeada de tantas lembranças e belezuras, retornei ao melhor dos meus mundos.!

Bateria vencida, energia sumida. É hora de acender as velas, abrir um bom vinho e ir brincar com o meu fogão.

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